1984 !
Alguém acredita que vivemos a ficção de George Orwell?
Admiro os que com frontalidade e educação fazem neste, e necessariamente noutros locais, a defesa das suas ideias e opiniões. Nem sempre concordo mas com certeza que é sobre esse debate que podemos evoluir. Digo que nem sempre concordo, pois julgo necessário que alguns comentários entrem em linha de conta com as próprias fragilidades de quem os faz...
Quanto aos vários anónimos que por aqui "pululam" asseguro que não vale a pena viver agachado!
Para eles aqui vai um clássico, um Cartoon de Peter Steiner no "The New Yorker".
Cartoon by Peter Steiner. The New Yorker, July 5, 1993 issue (Vol.69 (LXIX) no. 20) page 61
Admiro os que com frontalidade e educação fazem neste, e necessariamente noutros locais, a defesa das suas ideias e opiniões. Nem sempre concordo mas com certeza que é sobre esse debate que podemos evoluir. Digo que nem sempre concordo, pois julgo necessário que alguns comentários entrem em linha de conta com as próprias fragilidades de quem os faz...
Quanto aos vários anónimos que por aqui "pululam" asseguro que não vale a pena viver agachado!
Para eles aqui vai um clássico, um Cartoon de Peter Steiner no "The New Yorker".
Cartoon by Peter Steiner. The New Yorker, July 5, 1993 issue (Vol.69 (LXIX) no. 20) page 61
10/3/07 12:20
Eu acredito...
...e não só acredito, como não tenho dúvidas. è evidente que no presente as coisas não são tão figuradas como Orwell pensou, talvez porque, na antevisão que fez, não tivesse contado com a evolução da sociedade no sentido da "esperteza".
Hoje em dia, tudo isso existe, mas de uma forma mecanicamente mais elaborada, o poder adquiriu formas inteligentes de dar a volta aos direitos de cada um...
Um de nós vive em realidades diferentes, sem dúvida. Eu vivo numa realidade onde não é permitido exigir nada a que tenha direito e a que o "poder" não concorde... eu posso dar vários exemplos,
Entre tantos, o meu caso pode ser dado como exemplo, ora reparem, na empresa onde trabalho, onde 100% do capital é do estado, a admissão é feita por meio de empresas de trabalho temporário, que para quem não sabe é igual a trabalho precário, onde os contratos são mensais com possibilidade de serem renovados até um ano. Como houve uma alteração do estado nesse diploma, esse prazo de um ano passou a dois e tive 2 anos com contratos desses. hoje já estou a trabalhar directamente pela empresa, mas se pensar em ter alguma estabilidade terei que esperar 3 anos para ser efectivo.
Tudo isto para explicar que não passa na cabeça de ninguém, fazer uso do poder de exigir qualquer melhoria que seja como por exemplo, um periodo de tempo para poder tomar uma refeição em paz, no meu trabalho isso não existe, e no tempo de verão ode existe mais trabalho, eu e os meus colegas trazemos para casa a marmita tal e qual como a levámos. E sei, por ter assistido, que se houver alguém que não concorde e que o tenha expressado, não assina mais nenhum contrato nesta empresa.
Quando fui admitido, aconteceu um episódio curioso, na entrevista omiti sempre que estudava, mas a pergunta foi feita: - Pensa algum dia retomar os estudos? sorri, esitei, e enchi-me de coragem para dizer que não pensava retomar porque já estava a estudar, houve alguns segundos de silencio, e um dos directores disse: - Vou ser muito directo consigo, apesar de pessoalmente admirar quem tem força de vontade para fazer as duas coisas, sei que raramente isso se consegue e não podemos ter neste posto de trabalho alguem que certamente irá faltar para poder fazer os exames. Bem, para mim foi uma sensação de Deja vú, o mesmo já tinha acontecido noutras entrevistas, e numa tentativa desesperada de quem tem conciência que arranjar trabalho não é fácil, disse-lhe que não teria hipoteses de estudar se não tivesse rendimentos, e dei naquele momento, a minha palavra de honra de que nunca faltaria ao trabalho por causa dos estudos. Fiquei com o trabalho...
E todos naquela sala sabiam que a lei do estatuto do trabalhador-estudante é completa e que favorece bastante o trabalhador, mas todos sabiam também que é facil "obrigar" o trabalhador a abdicar dela... dai eu dizer que que a sociedade de hoje está mais inteligente, e é bastante fácil oprimir os direitos de cada um...
Eu não concordo com essa história dos anónimos mas compreendo, eu sofri na pele um despedimento de uma empresa onde defendi os meus direitos e os dos meus colegas mas onde fui o unico que me identifiquei, isto existe e é mais comum do que pensamos, e nessa empresa os meus serviços deixaram de ser precisos.
Também tento, aqui neste blog, combater esse estigma, e nunca ninguem me viu escrever que as más notas que tive se deveram a criticas escritas no blog, mas também sei que apesar de quase toda a gente ter recorrido ao plágio no trabalho de história, houve concerteza frases de trabalhos que foram mais vezes ao motor de busca do google que outros...
Mas não perco o sono a pensar nisso, gosto de ser frontal e directo e gosto de tratamento semelhante comigo, deixa-me aliviado por seguir os principios base da minha educação.
Sspencer, concordo quando diz que é sobre esse debate que podemos evoluir, estarei sempre na 1ª fila para isso, também sinto essa necessidade de evoluir e tenho consciêcia plena que o caminho é longo e interminável.
Quanto ás minhas fragilidades, não percebi a direcção, mas mais uma vez digo que está nas mãos do corpo estudantil exigir melhoras no ensino, e sendo a causa uma causa tão nobre, não ponho de parte algumas formas de luta, mesmo que isso ponha em causa a imagem desta academia, pelo menos existe alguma transparência da minha parte, e tranparência é concerteza algo positivo.
Orwell não estava totalmente errado, infelizmente, mas pelo menos já somos dois a tentar dar um pontapé nessa teoria... e isso é bom...
Que continue o debate...
10/3/07 16:37
Zé Maria
Aprecio os teus comentários! Ainda assim esclareço que não acredito que funcione nesta escola uma espécie de "sociedade disciplinária" onde é possível aos professores perseguírem os alunos apenas por discordância de opiniões! Daí o julgar que, a maioria dos que aqui se "agacham" sob o anonimato, apenas procuram dessa forma não expor as suas próprias fragilidades como alunos.
Sobre o tema que desenvolveste neste comentário envio-te um link para um texto do Filosofo Gilles Deleuze "Post-Script sobre as sociedades de controle". Fala sobre a transformação da sociedade e nas novas formas de "controlo". Vais gostar. E eu vou gostar de falar sobre isto numa das próximas aulas.
http://br.geocities.com/guaikuru0003/deleuze_pos_scriptum.html
(versão brasileira do original em francês)
...e que continue o debate!
10/3/07 16:50
...parece que sou um bocado tosco com isto dos links nos comentários..
Se o anterior não der experimenta este (separado em duas linhas...)
http://br.geocities.com/guaikuru0003/
deleuze_pos_scriptum.html