Cinema e TV ... quem te vê?! -- Nº3
Depois de mais uma semana de aulas e trabalhos chegou o momento de passarmos ás férias (ou não). Pois é, vai ser no aconchego do nosso lar que vamos continuar a nossa odisseia universitária. Foi desta mesma permanência em casa que surgui o tema para este terceiro artigo... a casa. De que maneira o conceito de casa na arquitectura e no cinema se tocam ou se afastam? Pois é desta vez vamos saltar da tv para os ecrans da sétima arte com o artigo denominado.... LAR DOCE LAR.
Na minha opinião é na aplicação do conceito/elemento casa que arquitectura e o cinema se afastam e de certa forma entram em confronto. Como? Pois é...se verificarmos no dicionário, a palavra casa está definida como: "edificio para habitação; morada;lar;local de família (...)", ou seja local com a principal função de servir de abrigo a uma pessoa ou conjunto de pessoas. Com base nestes elementos que a ARQUITECTURA tem tentado que a casa seja sinónimo de bem estar e funcionalidade.
No entanto se lançar-mos um breve olhar pelo mundo da sétima arte, são inumeras as vezes em que o CINEMA se apodera do conceito casa e de certa forma o destrói. Filmes como a "Casa Maldita" de Robert Wise em 2001 ou o Português "Coisa Ruim" de Tiago Guedes e Frederico Serra em 2006 (primeira imagem da esquerda) revelam um outro lado do nosso lar-doce-lar. Desta maneira a sétima arte intensifica o lado obscuro e maléfico que podemos de alguma maneira encontrar numa habitação. Mas será que isso se verifica no ambiente vivido na casa ou na própria estrutura da mesma? O ambiente é claramente alterado de modo a encaixar-se perfeitamente num filme que em que deve-se temer o "objecto" casa e não criar afinidades como ela. Em "A casa de Vidro" de Daniel Sackheim em 2001, a casa que é usada no filme podia ser um exemplo de ARQUITECTURA moderna de um arquitecto comtemporaneo. Através dos seus materiais, das formas e mesmo da envolvente esta casa podia ser uma casa de sonho, mas o realizador "pega" nesses mesmos aspectos e juntamente com um argumento de um filme de suspense cria um ambiente em torno da casa muito pouco recomendável. De certeza que não era essa a intençao do arquitecto... mas afinal que afastou essa mesma habitação da sua função pacata de habitar? O cinema? O arquitecto? O olhar do público?
Em "13 Fantasmas" de Steve Beck em 2001, o material vidro, tal como em "A casa de vidro" volta ser veículo para o intensificar do horror e terror pretendido. O sìtio CinePlayers define assim a casa do filme: " Construída apenas em vidro e aço, a casa é uma maravilha da arquitectura moderna". Pois é...mas e do ponto de vista do realizador? Será esse o objectivo? Não me parece.....
Agora chega a parte interactivo em que voces que estão a ler escrevem a vossa opinião e mencionam um filme em que este tema esteja bem patente. O cinema destrói o conceito acolhedor da casa? Em que filme podemos constatar isso e de que maneira? Vamos lá não dói nada e é muito menos dispencioso que uma placa de K-line ( uma?!).
A NÃO PERDER:Se o filme já um dos mais vistos este ano em Portugal, "Diamante de Sangue" chega dia 5 ao canal História pelas 23h em forma de documentário - verdadeira história do tráfico de diamantes na década de 90 em Angola. Fora de portas, nada melhor que aproveitar os diversos filmes cómicos que invadiram os nossos cinemas nestas semanas. Toca a afastar o mau humor para começar as aulas em força...
ZAPPING:O canal 2: (agora Rtp 2) passa séries a horas acessiveis(22.40H) e de alguma qualidade como OSSOS (quarta feira), CASA SOMBRIA (casa, vem mesmo a propósito...segunda feira) ou SERVIÇO DE URGÊNCIAS (terça feira).
INIMIGO-PÚBLICO:Globos de Ouro deveriam destiguir os melhores de cada ano. Certo? Pois...até aos The Gift (Melhor grupo) e Coisa Ruim (Melhor Filme e actor) tudo normal, mas eis senão quando aparece categorias como melhor vilão e melhor beijo? melhor herói ou heroina? Isto é que é o melhor do panorama cultural...enfim menina "tv", assim.... quem a vê?!
4/4/07 22:08
E que tal "O Cubo"?
Aqui a relação distorcida entre espaço e tempo é crucial para a trama psicológica do filme . A ausência de referências espaço/temporais introduz o efeito de "desconforto" a que te referes noutros filmes. Aqui não há espaço de "abrigo".